8 de agosto de 2010

Super heróis existem mesmo?

O Bebeto perdeu praticamente os primeiros 6 meses de vida do Miguel. Quem tem filho sabe que pode parecer pouco, mas na vida de um bebê significa tempo suficiente para um salto enorme de desenvolvimento. Não tinha outro jeito. Ele precisava terminar o mestrado e depois tinha que começar o trabalho que já tinha aceitado na universidade aqui na Alemanha. Eu precisava esperar o visto lá no Brasil. Não podia pegar o primeiro avião ilegalmente e correr o risco de ser deportada com o meu filho. Protege-lo acima de qualquer coisa sempre foi nossa primeira opção. Esperar o tempo certo para ficarmos juntos era a nossa única alternativa. Só Deus sabe o que eu sofri, o quanto o Bebeto sofreu e o quanto essa separação não foi boa para o Miguelzinho. Foi um tempo de dor, de lágrimas e de muita saudade.

Hoje nos lembramos daqueles meses como um tempo que passou e ficou para trás. Apesar de todas as dificuldades, permanecemos firmes no propósito de cuidar do nosso filho juntos. Apesar da distancia ele me dava o suporte necessário. Eu de longe anotava cada pequeno gesto, fotograva e filmava tudo o que o Miguel fazia e gastava horas no final do dia contando e mostrando tudo pra ele. Nem o fuso horário nos impedia de nos envolver em tudo o que estava acontecendo um com o outro. Teve momentos que quase cai em depressão. Ser mãe era novidade para mim e eu precisava dele do meu lado para me ajudar. Apesar do suporte da minha família e da dele, nunca me senti tão sozinha quanto naqueles dias. Nesses momentos, ele vencia a dor que ele sentia por além de estar longe de nós ainda não ter com quem dividir a dor dele, e me apoiava e me fazia acreditar que venceríamos aquele tempo juntos. Sem ele eu não teria conseguido.

Nunca vou me esquecer do dia em que nos reencontramos e da cara dele ao receber-nos no aeroporto. O reencontro do pai e do filho, o olhar de amor e de alivio por que a gente sabia que dali em diante nossa opção seria estar sempre juntos e se separados por alguma situação, não por tanto tempo. O Bebeto superou os meses separados e hoje tem uma relação invejável com o Miguel. Aqueles dias não afetaram em nada a relação dos dois, provavelmente pelo carinho e amor que o Bebeto dedica a ele o tempo todo.

Para mim ser pai é isso. É superar as adversidades da vida como um herói. É amar com um amor puro, grande. É dedicar tempo, expressar amor, comemorar cada pequena vitoria do seu filho. É corrigir quando necessário, incentivar, comemorar junto, aprontar junto. É ensinar o caminho do bem e as coisas que realmente valem a pena. E isso o Bebeto, nosso grande pai herói, tira de letra!

P.S. Ah, seu João! Que saudade! Você achou que iria escapar dos meus mimos de filha apaixonada? Pai, tudo o que sou devo a você! As melhores coisas de mim reconheço como herança do seu carater admirável. Você me criou de uma forma tão especial que com todas as mais belas palavras do mundo eu poderia expressar ou agradecer. Você é meu pai, meu amigo, meu querido. Eu te admiro, papai. E eu agradeço a Deus pelo presente que é ter você na minha vida. Feliz dia dos pais, com todo o meu amor, respeito, carinho, admiração e desejo que voce viva muitos anos conosco!


4 comentários:

Bia disse...

Oi Liza!

Que emocionante esse começo de história. Não consigo imaginar como é ter enfrentado o início sozinha e ter se sentido tão sozinha. Mas fico feliz que as coisas deram certo e vcs 3 foram reunidos novamente! :)

Feliz dia dos pais!!

bjs

Lúcia Soares disse...

Liza, feliz domingo (finalzinho) para o Bebeto.
Ele é mesmo um paizão, bem o vi na festa do Miguelzinho.
A você, meu carinho por ser quem é. Bebeto e seu pai têm sorte de você fazer parte das vidas deles.
Beijo!

Beth/Lilás disse...

Liza, querida!
Realmente essa história inicial de vocês foi muito sofrida, de ambos os lados imagino.
Mas, ele vem compensando cada diazinho perdido desses 6 meses, pois sempre vejo a dedicação, paciência e carinho que cerca seu filho.
Parabéns para seu maridão e pro pai querido aqui no Braisl!
bjs cariocas

Lucia Silva disse...

Bete, fiquei emocionada em ler sobre seu pai. Eu sei bem como é sua relação com ele, o amor, respeito e principalmente o ciúme que vc tem dele e sei tb o qto ele é louco por vc. Muito lindo o q vc escreveu.
Bjs.