Escrever sobre sentimentos tem me feito muito bem. Um exercício que tem me permitido aprender que todos os sentimentos, por mais assustadores que as vezes pareçam, fazem parte do meu ser. Reconhece-los e traze-los a tona através de palavras faz com que eu conheça o que eu sou de verdade, me permite crescer como ser humano e me dá a chance de mudar aquilo que preciso para me tornar alguém melhor.
Se sou uma mistura de sentimentos bons e maus, não posso descartar a raiva que também sinto. Mas quem já não a sentiu dentro de si? A raiva é a primeira reacão que sentimos diante de uma perda, um fracasso, uma ameaça, uma injustiça. Como não sentir raiva diante de tanta coisa ruim que a gente vê nos dias atuais? Não há nada de mal em senti-la, na verdade o que importa é o que fazemos com ela. Raiva guardada por muito tempo dentro da gente vira rancor, coloca-la para fora em ataques de fúria também não é solução. Em ambos o caso a raiva faz um estrago danado dentro do nosso corpo, nos corrói e se transforma em doença física e psicológica.
Você já reparou que quando somos tomados pela raiva, a gente sempre tem razão, fala pelos cotovelos, ofende, magoa? Nos momentos de raiva acontecem as coisas ruins, tomamos atitudes impensadas, machucamos quem amamos. Depois a raiva passa e a gente pensa: "ai se arrependimento matasse!", mas ai já é tarde demais, o estrago já foi feito.
Não é fácil lidar com sentimentos, mas com o decorrer dos anos a gente aprende o que fazer com eles. Aprende que nós temos o poder de controlá-los e não o contrário. Cada um da sua maneira, pode decidir o que fazer com o que sente. Tem gente que transforma sentimentos maus em energia boa, outros não. Isso depende de caráter. Tem gente que não importa em se deixar levar pelo seu lado ruim, não acha nada de mais ficar causando tropeço na vida dos outros e nem liga de acumular cargas negativas dentro de si.
Eu sinto raiva e as vezes a expresso de maneira negativa, mas estou caminhando. Tenho melhorado, amadurecido, aprendido a me respeitar e a respeitar as pessoas que convivem comigo. As vezes conto até 10, as vezes até 100, outras até 1000. Mas, nem sempre minha impulsividade me permite contar e nessas vezes me arrependo muito. Depois, o tempo passa e vejo as atrapalhadas que fiz tomada pela raiva. O que me resta: pedir perdão a quem machuquei.
O perdão é o melhor caminho que conheço para consertar as atrapalhadas desses momentos de ira que as vezes me invade. Um outro caminho que descobri foi não deixar que a raiva fique dentro de mim por muito tempo. Não guardo mágoas, nem coleciono rancores e se possível tento resolver tudo o que me faz mal antes de me deitar. Nem sempre acerto, mas tenho tentado seguir o caminho do bem.
E o mais importante, por mais que uma situação me irrite, por mais que uma pessoa diga algo que possa me machucar ou faca algo contra mim, eu sou a única responsável pelo que sinto. Ninguém pode determinar o que se passa dentro de mim. Os sentimentos são meus, a raiva é responsabilidade minha. E minha também é a capacidade de transformar tudo o que está em mim em algo melhor, com o objetivo de tornar melhor a minha vida e a vida de todos ao meu redor. E viver assim é bem melhor, acredite!
Esse texto faz parte da blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Café com Bolo. Para saber mais da blogagem entre aqui.