22 de junho de 2011

Finalmente em casa

Chegamos hoje em casa hoje. O Davi nasceu no domingo, 19/06, às 01:04, com 50 cm e 3220 gramas. Ele é absolutamente o clone do Miguel só que com cabelo. A coisa mais fofa do mundo e com uma boquinha que vai enlouquecer as meninas por ai. O parto foi trágico: 16 horas frustradas de tentativa de parto normal, com duas aplicacoes de anestesia que nao funcionaram (algumas mulheres tem essa sorte!), dilatacao de apenas 4 cm e depois uma briga com a junta médica exigindo que eles fizessem a cesária, mas isso é história pra outro post. Só passei mesmo pra dizer que estamos bem, de volta em casa e que logo volto para dar mais noticias.

18 de junho de 2011

Chegou a hora!!!

A bolsa rompeu assim que coloquei os meus pés no chao hoje pela manha. Nao sinto absolutamente nada, nenhuma contracao, nenhuma dor, apenas uma alegria enorme de saber que logo estarei com meu filho nos bracos. Tomei um banho, estou cuidando do Miguel, acalmando o homem mais nervoso do mundo, esperando o amigo que vai cuidar do Miguel, ajeitando os ultimos detalhes e vou para o hospital. Liguei lá e mesmo nao sentindo nada, eles me indicaram ir já que a bolsa estourou. Orem por nós! Daqui a pouco voltarei para contar como foi essa experiencia mágica e como tudo correu nesse dia lindo que o Senhor preparou para nós.

Obrigada, meu Deus! Eu sei que o Senhor está comigo, posso sentir sua presenca, seu amor, sua paz! Que o Senhor abencoe cada instante do dia que o Senhor preparou para nós e que pela sua infinita vontade tudo corra bem, segundo sua boa, perfeita e agradavel vontade. Sou um vaso nas tuas maos. Amém!

"Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão."
Salmos 127:3




17 de junho de 2011

O primeiro filho

Antes de ser mãe a gente faz tantos planos. Uma lista enorme de coisas que nunca vamos fazer com nossos rebentos: nem pensar em cama compartilhada, não usar chupeta, não comer doces, balas e fast-food, tirar a fralda assim que ele fizer dois anos, colocar na escola só depois que ele já puder se virar sozinho. E então o primeiro filho chega e joga por terra qualquer plano traçado, desfaz todas as nossas listas de erros e acertos. E a gente acaba fazendo tudo o sempre foi aconselhado a não fazer, por que aprende que o que é errado para um, muitas vezes é certo para outros. A gente percebe que não há regras, que cada criança é única e precisa ser tratado de forma diferente.

Ah, se pelo menos o primeiro filho viesse com um manual de instrucoes, explicando o que fazer naqueles momentos das terríveis cólicas, nos picos de crescimento, nas noites de pesadelos ou quando ele te olha com a carinha mais linda do mundo e de pede "dá bala, mamãe". Ah, se filho fosse tudo igual ou se as mães tivessem em suas mãos as respostas para todas as perguntas, as solucoes para todos os problemas e a cura para todas as dores. Mas, ser mãe nem passa perto disso e não há google que nos ajude nessa hora.

O primeiro filho ensina tanto pra gente. Uma amiga sempre fala sobre o tempo de prontidão que cada criança tem e é essa a primeira lição que meu pequeno Miguel me ensinou. Eu traço planos, estipulo datas, crio expectativas, vivo na espera por algo, mas o tempo dele é ele quem faz. Tudo vai acontecer no tempo que ele se sentir pronto para fazer acontecer. O que me resta é esperar, é dar amor, é aprender a cada dia com cada lição que ele me dá.

P.S: Esse texto foi escrito depois de ouvir o meu pequeno dizer mamãe pela primeira vez. Eu sonhei muito com esse momento que demorou 3 anos e 4 meses. Antes ele não conseguia falar o "m" por causa de um problema de fala. E agora que aprendeu, não para de me chamar o dia todo. Ele já aprendeu também o nome da mamãe, do papai, do irmão, o nome do país onde ele mora e tantas outras coisas que se eu fosse escrever ficaria o dia todo. Sem falar que também traduz para português alguma palavra que a gente não entende em alemão. :)

"Pequeno, não canso de dizer o quanto a mamãe ama você e o quanto ela tem orgulho de cada vitória que você tem conquistado a cada dia. Você é muito especial para a mamãe, para o papai e principalmente para Deus, guarde sempre isso."

14 de junho de 2011

38 semanas. Será que chegou a hora?

Hoje recebi a visita da hebamme que vai me acompanhar depois do nascimento do Davi. O papel de uma hebamme, doula em português, é dar suporte a mãe e ao bebê em tudo o que os dois precisarem, ajudando em assuntos como amamentação, banho, umbigo, cólicas, sono e em qualquer outra coisa que venha surgir com a chegada do bebê. Elas transmitem uma paz danada e é muito legal saber que a gente pode contar com uma profissional para dar suporte caso a gente precise e o melhor, sem tem que pagar absolutamente nada por isso. O plano de saúde cobre tudo.

Ela fez o exame e disse que o Davi está com a cabeça bem encaixada, ou seja, muito difícil não ser parto normal. Também me disse que sendo o meu primeiro parto normal, ele provavelmente durará muito tempo e que se a bolsa estourar ou se eu começar a ter contracoes em intervalos regulares, não preciso sair correndo para o hospital. Posso agir com tranquilidade e fazer alguma coisa que esteja por fazer: assar um bolo, passar roupa (pra relaxar? rs), ajeitar a casa, tomar um banho de banheira ou simplesmente brincar com o Miguel. Ela disse que quanto mais tempo eu permanecer em casa, num ambiente mais tranquilo e relaxado, melhor para mim.

Me explicou por que o hospital diz que devo ficar 3 dias internada depois do parto e que essa é uma escolha só minha. Posso e devo dizer se quero voltar para casa algumas horas depois do parto, se isso me fizer sentir melhor. Não me deu muitas dicas a respeito do Davi, mesmo por que eu não tinha perguntas. Só me aconselhou a colocar o berço dele no meu quarto e que o melhor seria que ele dormisse na minha cama. Mas, eu e o Bebeto pensamos em fazer diferente dessa vez. Não que eu me sinta uma mãe experiente, mas o Miguel me deixou bem mais preparada e tranquila para receber meu segundo pacotinho, certa que as melhores escolhas para alguns não são as melhores para outros e que com amor a gente sempre descobre o melhor caminho.

Estou na trigésima oitava semana e aguardando ansiosa pelo dia. Ainda faltam 10 dias para a data prevista do nascimento, mas desde o inicio da gravidez tive a impressão que seria um pouco antes. Vamos ver se será mesmo. Não sinto absolutamente nada. Nenhum sinal que o dia se aproxima. As contracoes são muito irregulares e nada dolorosas. Apenas aquelas de treinamento que me acompanharam a gravidez toda. A única coisa é que como estou muito pesada, sinto dores terríveis nas costas e não consigo dormir praticamente nada durante a noite. Sem falar das dores na perna por causa da circulação. Mas, nada com que eu tenha que me preocupar ou que seja diferente do que eu já esperava.

Na semana passada tive minha ultima consulta com a médica que acompanhou o pré-natal. Ela está de férias, então agora estou oficialmente entregue ao hospital. Caso sinta alguma coisa é só correr pra lá. Estou emocionalmente tranquila e sem maiores medos ou ansiedade. Claro que fico sonhando acordada com a carinha dele, pensando na carinha do Miguel quando vê-lo pela primeira vez e imaginando como será gostoso quando estivermos os quatro juntinhos. Também gostaria de fazer os ponteiros do relógio correrem para que esse momento chegasse logo. Também gostaria de poder escolher o melhor dia e a melhor hora para termos alguém para cuidar do Miguel, mas essas pequenas preocupacoes, ansiedades e vontades malucas passam em questão de segundos, quando me lembro que tenho alguém no controle de tudo isso e que como fez até aqui, continuará fazendo tudo segundo a sua perfeita vontade e que me dará infinitamente mais do que tudo o que tenho pensado.

13 de junho de 2011

7 de junho de 2011

Tolerância

Estamos com um hóspede alemão (ops, na verdade ele é russo, mas veio pra cá ainda criança). Um amigo de trabalho do Bebeto que já tinha cancelado o contrato de trabalho com a faculdade e teve a proposta de renovar por mais um mês. Como ele já tinha se desfeito do apartamento, o convidamos para ficar aqui em casa. Pra gente é uma boa oportunidade de praticar o alemão e de ter mais uma pessoa para brincar com o Miguel que adora uma visita. Sem falar que ele nos ajudou tanto na época da mudança, que é um grande prazer poder retribuir de alguma forma.

Ele chegou ontem e já deu para perceber inúmeras diferenças. Acreditam que ele trocou de roupa com a porta do quarto aberta? Também não tomou banho e disse que não come nada após o almoço. Estranho pensar em alguém que almoça meio dia e só vai comer no outro dia pela manha. Isso me fez repensar o quanto precisamos ter tolerância com as outras pessoas e o quanto precisamos aprender a respeitar as diferenças. Ninguém tem que ser do jeito que a gente é para ser bom ou ruim. E o que é estranho para um, é normal para o outro.

Quando a gente aprende essa regra, passa a ver que todos temos defeitos, qualidades, costumes e que isso não faz de ninguém melhor ou pior, apenas diferente. Nos faz perceber que se queremos receber tolerância, devemos oferecê-la aos outros nas grandes e pequenas coisas. Cada pessoa cresce de uma maneira diferente e enxerga tudo de acordo com o que aprendeu. Por isso não vale a pena julgar, nem colecionar pré-conceitos, nem travar guerras tentando moldar o outro do jeito que a gente acha que é o certo. Muito menos criar uma lista de exigencias e expectativas que o outro deve suprir para nos agradar. Está certo que nem sempre é fácil aceitar o diferente, mas eu só conheço um caminho para conseguir: o amor.

3 de junho de 2011

É menina!!!

Depois de longos 8 meses, a pequena deixou as perninhas abertas e mostrou pra todo mundo que é uma menininha. Nem preciso dizer que sou a titia mais coruja do mundo, né? Estou aqui feito louca pensando em como mandar uns vestidinhos para enfeitar a bonequinha da família. Ela chega um pouquinho depois do Davi e com certeza será mais um motivo para preencher a alegria da nossa família. Mais radiante que eu só o papai coruja e a vovó que sonhava com uma netinha na família.

Mais uma boa noticia: Meu pai passou por uma cirurgia ontem. Correu tudo bem, agora é só continuar orando para que a recuperação seja boa e que logo ele volte para casa. Obrigada a todos pelas oracoes e pensamentos positivos em favor dele.

1 de junho de 2011

Deixa o bebê nascer...

... foram as palavras da minha médica ontem na consulta pré-natal. Segundo ela o Davi já não é considerado prematuro e quanto antes nascer, melhor será para mim, já que os desconfortos do ultimo mês irão desaparecer. Ah, se dependesse de mim! Pelo menos junho, o mês que parecia não chegar nunca, chegou. Agora é só esperar que o dia certo venha e que traga com ele o meu solzinho.

A cada dia sinto que tudo fica mais difícil. O peso da barriga é enorme; o peso do restante do corpo, nem se fala. Tenho sentido muito sono e tenho dormido todos os dias a tarde, pelo menos duas horas seguidas, para compensar as inúmeras vezes que acordo durante a noite. O Davi continua na posição certa para chegar de parto normal e agora não parece haver espaço para ele mudar. Mexe o tempo todo na barriga e arranca risadas da gente com as posicoes e confusões que ele arruma.

Hoje estive no hospital para conversar com o anestesista. Optei por um parto normal com aplicação da peridural, mas ele me deixou ciente que nem sempre é possível toma-la, que isso depende muito da dilatação na hora que eu chegar no hospital. Também me deixou ciente dos riscos, pequenos mas existentes. A verdade é que tudo acontece de acordo com o plano de Deus. Tem coisa melhor? Por isso me sinto tranquila e certa de que tudo vai dar certo e que logo vou estar aqui postando fotos, contando detalhes de como tudo aconteceu e compartilhando as nossas novas experiências com um recém nascido em casa.

E sabe o melhor que tenho para compartilhar? Hoje recebi um presente tão lindo de Deus. Tem uma hebamme (pessoa que acompanha o parto e ajuda as mamaes no hospital antes, durante e depois do parto) que fala português no hospital. Ela está fazendo um estágio e estará lá nas próximas 6 semanas, tempo limite para o nascimento do pequeno. Ela acompanhou toda a minha conversa com o anestesista para certificar que eu estava entendendo tudo.

Eu sei, eu falo alemão suficiente para dar conta do recado, mas é um alivio saber que na hora da dor, terei a certeza e o conforto de ter alguém que entenderá e me explicará tudo na minha língua materna. Quem mora aqui sabe como ter uma chance dessas é uma dádiva. Ai, como é bom enxergar nas pequenas coisas a grandeza do amor de Deus. Ele realmente dissipa todos os nossos medos e nos mostra o tempo todo que não nos abandona em nenhum momento. Hoje estou me sentindo especialmente amada e feliz!