29 de abril de 2009

Survivors

Os jornais alemães anunciam sobre a gripe suína o tempo todo. Já foram detectados três casos da doença aqui na Alemanha e as autoridades sanitárias anunciaram que esperam mais contágios da doença, já que aproximadamente nove mil alemães estão em viagens turísticas ao México. Acho que por parecer mais com história de filme do que com a realidade, isso me fez lembrar uma série inglesa que eu e o Bebeto assistimos: Survivors. A série concentra sua trama num mundo pós apocalíptico, após uma praga virótica devastadora que varreu quase 99% da população mundial, e de como um grupo de pessoas encara os rigores da sobrevivência no dia-a-dia. Eh uma série fantástica (uma das melhores que já vi) e que mostra do que o ser humano eh capaz para garantir sua sobrevivência.

Voltando a gripe suína, por mais que pareca história para um bom filme de cinema, acho que devemos levar mesmo a sério. Em média a cada 20 casos há uma morte, já parou para pensar o que pode acontecer se isso se espalhar mesmo? Também não acho que isso seja motivo de pânico (viu, mãe!). Acho que temos que estar alerta, atentos ao que está acontecendo e para isso nada melhor que se informar, Vou deixar um link aqui do Blog Coisas de Ta para aqueles que tiverem interesse em saber mais sobre a doença.

O primeiro dia na escolinha

Hoje fomos conhecer o Kinderbetreung onde o Miguel vai ficar nos dias da minha aula. O Bebeto foi junto já que era o primeiro dia e também por que quando o assunto eh o Miguel procuramos nos assegurar que estamos entendendo 100% da conversa e ele fala melhor o alemão que eu. Chegamos lá um pouco mais cedo e eu fiquei do lado de fora analisando os rostos das mulheres que entravam na escola. Algumas pareciam muito simpáticas, outras não tinham cara de nada. Coisa de mãe neurótica, né? Quando entramos a mulher disse que poderiamos deixar o Miguelzinho e que depois de uma hora deveriamos voltar para ver se estava tudo bem. "O que? Deixar o Miguel? Mas eu não posso ficar com ele, pelo menos hoje???"

Nesse momento meu chão abriu. Peguei as coisinhas dele na bolsa, entreguei para a mulher e desabei a chorar nos braços do Bebeto. A mulher olhou para mim e disse que me entendia, que também tem filhos. Foi bom ouvir isso e não ter a reprovação dela, afinal mesmo que não seja bom para o Miguel me ver assim, e eu sei bem disso, não pude me controlar. Mas, quer saber ele nem olhou na minha cara. Dei tchau mas ele estava concentrado com seus novos brinquedos: os sapatos das outras crianças, nem percebeu quando saímos.

Aproveitamos para resolver uns problemas em Villingen, e passada uma hora voltamos para pegar o Miguel. Ele estava brincando com uns carrinhos e segundo as mulheres de lá ele não chorou nem uma vez. Brincou o tempo todo. Se comportou melhor que a mamãe, né? Fiquei aliviada em pensar que ele ficou bem e espero que na semana que vem ele continue se comportando dessa maneira, pois ai será pra valer. O que posso dizer eh que realmente dói muito. Mesmo que a gente se prepare antes, mesmo que a gente tente parecer forte, mesmo que a gente contenha as lágrimas. Não eh fácil, mas sei que irá melhorando a cada dia. E tenho que me acostumar, afinal meu pequeno já tá crescendo, virando um homenzinho e isso me deixa muito feliz.

28 de abril de 2009

Mae + Dona de casa + Estudante de alemao = Mulher sem tempo


Por mais vontade de postar todos os dias, estou chegando a conclusão que realmente não dá. Ser mãe, dona de casa e estudante de alemão está me tomando todo o tempo e por mais vontade que eu tenha, fica difícil escrever com mais frequência. Sem falar nas surpresas que apareceram na semana passada, tipo o curso de alemão exigido pelo governo para começar na próxima semana.

Ao contrário do que pensei, não estou nada feliz com o curso. Odiei a ideia de fazer um curso que deveria durar 6 meses, mas que vai durar 3 anos. Sem falar que eu deveria entrar no nível 4, então ou eu fico dois anos em casa esperando a turma chegar no meu nível, ou eu fico por 2 anos assistindo as aulas e revendo tudo desde o começo. Não sei se a duração do curso está ligado ao fato de todas terem bebes ou se juntaram um bando de mulheres com dificuldade em aprender a língua e eu, sortuda, cai de paraquedas. Bem que eu achei estranho a mulher do curso me ligar para perguntar se tinha algum problema estar numa turma com mulcumanas. Espero estar enganada e encontrar pessoas já com algum conhecimento, senão to lascada mesmo. Mas, isso só vou saber na próxima semana. E não quero nem pensar que esse curso pode atrapalhar todo o nosso plano de ir para o Brasil no final do ano, senão nem apareço por lá.

O estresse também tem a ver com deixar o Miguel pela primeira vez no jardim de infância. Por mais que eu venha me preparando para ficar longe dele, não me sinto preparada. Cá entre nós, acho que nunca vou estar. Na verdade, esperava essa separação para setembro, já que matriculamos ele na escolinha. Mas eu acompanharia ele nos primeiros dias, semanas ou meses, o tempo que fosse necessário para que ele se adaptasse ao novo ambiente. Admiro aquelas mulheres que conseguem deixar os bebes aos 4 meses para voltar o trabalho, e hoje entendo aquele bando de mulher que acabou de voltar da licença maternidade e que vive chorando pelos cantos. Sei também da importância dessa separação, que o bebe precisa disso para amadurecer e se desenvolver, que logo logo ele vai precisar percorrer caminhos pelos quais eu não poderei ir. Mas, vai falar que eh fácil deixar seu filho pela primeira vez na escolinha, sendo que ele nunca ficou sozinho com ninguém? Amanha vamos lá conhecer o lugar onde ele vai ficar e vermos como ele reage. Espero que seja melhor do que estamos pensando. Ah, a gripe continua aqui acompanhada de uma TPM daquelas.

23 de abril de 2009

Travessuras

Miguelzinho tá na fase de baguncar tudo o que vê pela frente. Posso achar vasilhas espalhadas no chão da cozinha, brinquedos na máquina de lavar, meias espalhadas pela casa, sem falar nas coisas que eu não acho nem se revirar a casa de cabeça para baixo. E o aspirador de pó virou o mais novo brinquedo dele. Ele quer mexer em tudo, quer participar de tudo, fazer tudo que a mamãe e o papai estão fazendo e isso inclui cozinhar, passar roupa, ligar o computador, varrer a casa, mas claro que do jeito dele que mais atrapalha que qualquer outra coisa. Eh muito engraçado.

Eu não me incomodo com esse tipo de bagunca, mas tenho que estar atenta o tempo todo para garantir a segurança dele. Também tento colocar alguns limites, afinal ele tem que aprender desde cedo que algumas coisas ele não pode fazer ou ter. Por exemplo, ele pode tirar as vasilhas do armário para brincar, pode brincar com caixas, revistas velhas, livros infantis, mas com meus livros de alemão (os preferidos dele) eu não deixo. Também não deixo ele mexer no lixo, abrir a geladeira, brincar com o computador, escalar a janela.

Procuro estimular o máximo que posso, pois considero uma das fases de maior descobertas para a criança.Também parei de ficar arrumando a casa o tempo todo. Antes eu catava garrafas pela casa umas 10 vezes por dia, hoje deixo as coisas "meio que organizadas" para a confusão do Miguelzinho. Deixo, por exemplo, ao invés de 20 garrafas, umas 4 para ele brincar e só recolho no final do dia. Não me canso, o Miguel se diverte, minha casa não fica de pernas para o ar e eu não tenho que fazer o mesmo trabalho o dia todo.

Eh engraçado como a gente vai se adaptando ao decorrer dos meses. E mesmo não tendo manuais de como aprender a tornar-se pais a gente vai aprendendo no dia a dia. E cada dia eh uma nova descoberta. Nem sempre eh fácil, eh claro. Mas, tento ter bastante paciência e bom humor e quando as travessuras são demais, paro, dou um tempo para mim e penso que ele só faz essas travessuras por que está muito saudável, afinal crianças que não aprontam, geralmente são crianças doentes.


Dialogo com o Miguel:
Mamãe: Miguelzinho, como faz o carrinho?
Miguel: mam mam mam mam mam
Mamãe: E o pirata? Como o pirata faz?
Miguel: Arrrrrrrrrrr (esse ele aprendeu com os Backyardigans)
Mamãe: Fala mamãe.
Miguel: mama
Mamãe: Fala papai.
Miguel: baba
Mamãe: Como faz o cachorrinho?
Miguel: au au au (ele mexe a boca, mas o som não sai)

E eu me apaixono mais e mais a cada dia!

22 de abril de 2009

Gripada de novo


Esse ano o pediatra do Miguel me convenceu a tomar a vacina contra gripe. Eu que acho uma perda de tempo a tal vacina, fui convencida com apenas uma frase: "Eh melhor para o Miguel!" Pegou pesado, né? Mas, como eu previa não serviu para nada e já perdi as contas de quantas vezes me gripei depois da tal vacina. Então, estou eu (depois de passar uns dias difíceis cuidando da gripe do Miguelzinho) tossindo, com dores pelo corpo, cabeça pesada, coriza, espirrando sem parar.

Meu corpo diz que devo ir me deitar junto com o Miguelzinho e que levantarei bem melhor. Mas, a danada da consciência não deixa. Então, preparei um Erkältungstee (chá contra gripe, e olha que esse funciona mesmo), peguei os livros e agora eh criar coragem para encarar a gramática alemã.

21 de abril de 2009

Crise dos 30

Li um post no blog da Bia (uma amiga daquelas que fazem a vida valer a pena e que me faz acreditar num mundo melhor por que ainda existem pessoas generosas, honestas, batalhadoras e que plantam o bem) sobre a crise dos 30 anos. Engraçado eh que hoje, enquanto organizava uns documentos que o Alberto me pediu, me peguei olhando fotos antigas e fiquei pensando como mudei ao longo desses 31 anos de vida.

Eu sempre ouvi: Se não casar até os 30 não casa mais, fica para titia. Portanto, acho que a crise dos 30 anos, tem mais a ver com cobranças externas do que com os próprios sentimentos da mulher. Claro, quem de nós não questionou em algum momento da vida o que estamos fazendo com as nossas vidas? Será que realmente estamos no caminho certo?

Segundo alguns psicólogos, essa crise existe sim e pode surgir mais cedo ou mais tarde dependendo da vida que a pessoa leva. Mas, geralmente eles observam uma grande angustia em pessoas por volta de 28 a 34 anos. Segundo a psicóloga Tatiana Karinya "essas pessoas estão extremamente angustiadas porque realizaram tudo que haviam se programado (tem casa, carro, emprego, casamento, filhos, etc.), ou porque não conseguiram realizar todos estes sonhos. Vale lembrar que parte destes sonhos ("o que Albert Camus chamou brilhantemente de ilusões) fazem parte, muito mais, de uma expectativa da sociedade do que de uma realização pessoal.

Acredito que o ser humano passa por vários momentos de crise no decorrer da vida, afinal vivemos em constante crescimento e crescer dói muito. Mas, também acho que devemos aproveitar a crise e tirarmos coisas boas dela. A crise não eh uma coisa má, como muitas pessoas pensam. A gente cresce, amadurece, se transforma, se descobre em momentos difíceis.
"Não importa o momento, a dor deve ser respeitada, reconhecida, cuidada e compreendida. Só assim, poderá ser transformada em qualquer outra coisa que não machuque."

E você, já passou ou está passando por essa crise?

Tarde no parquinho

Aproveitando os dias de sol por aqui fomos passear com o Miguel no parquinho, uma das únicas coisas para se fazer aqui em Furtwangen. Ele se divertiu muito, apesar de ter sentido um pouco de medo, acho que por não estar acostumado com o parquinho, afinal até poucos dias atrás os brinquedos estavam totalmente cobertos de neve.





Infelizmente, nem tudo foi diversão: Miguelzinho ensaiando seus primeiros passos em território desconhecido, levou o maior tombo da vida dele. Coitadinho, voltou para casa com o olho inchado, todo ralado e ganhou o apelido carinhoso de "Rambo".





16 de abril de 2009

Überlingen am See - Parte 2

Voltando a falar da viagem, como prometi. Depois de nos deliciar num passeio de barco, fomos para as termas. A Alemanha possui mais ou menos cem termas e centros de bem estar, e Überlingen eh uma das cidades que oferece isso. Nunca tinha ido a uma terma e não imaginava que sairia de lá me sentindo tão bem e rejuvenescida.




Engraçado que quando chegamos lá, famintos, fomos ao restaurante (erro já que lá eh tudo muito caro) e demos de cara com a praia de nudismo. Todo mundo pelado mesmo, coisa comum aqui na Alemanha, mas estranho demais para nós que não estamos acostumados com isso. Quando cheguei aqui em casa percebi que nessa foto ai de cima (a primeira), do lado direito tá a praia de nudismo. Tirei a foto antes de saber que era. E teve gente que perguntou por que não tirei foto mais de perto. Povo maluco, ?




No inicio o Miguel ficou com medo de entrar na água, mas logo se acostumou. Saindo das termas, passamos por alguns jardins e brincamos um pouco com o Miguelzinho no parquinho. Também tomamos um típico sorvete italiano e conhecemos uma brasileira de Santa Catarina que trabalha na sorveteria.




Segundo o Bebeto todas as tulipas que encontrei pelo caminho, eram para mim como presente de aniversário de casamento. Segundo ele, as flores foram plantadas a pedido dele. Só ele mesmo pra inventar uma coisa dessa, mas mesmo sendo uma mentira soa muito romântico vindo dele.




E no final da viagem ainda fomos presenteados com um lindo por do sol e uma lua cheia maravilhosa. Dia perfeito, companhias perfeitas, lugar perfeito...





15 de abril de 2009

Überlingen am See - Parte 1

Na última sexta fomos comemorar nosso aniversário de casamento na cidade de Überlingen que fica na regiao do lago de Constanca (Bodensee), maior lago da Alemanha. Sua área é de 536 km2. Uma curiosidade sobre esse lago eh que ele faz fronteira com a Alemanha, Suica e Austria. Os tres paises nao concordam sobre onde estao exatamente as fronteiras dos paises no lago. Entao num passeio de barco voce pode se sentir em tres paises ao mesmo tempo, pelo menos foi assim que me senti.




Estava um dia lindo, ensolarado, quente, contrariando aquele ditado sobre o mes de abril, lembra? Antes de irmos para Überlingen, passamos por Singen e Friedrichhafen. Singen eh conhecida por estar localizada aos pés de uma das mais impressionantes montanhas da regiao. Nessa montanha esao localizadas as ruinas da Fortaleza Hohentwiel que foi dizimada pelo exercito de Napoleao (historia contada por um taxista da cidade que fez um pouquinho de papel de guia de turismo).



Nao conhecemos muito em Friedrichhafen, mas valeu a pena passar por lá e me deliciar com a visao dos Alpes Suicos ao fundo do lago. Ficamos encantados com tanta beleza.




Chegamos em Überlingen e fiquei ainda mais encantada com a viagem. Me deu vontade de arrumar as malas e mudar pra lá. Cidade linda, clima maravilhoso, pessoas bonitas, alegres. Acho que foi a melhor viagem que já fiz na vida. Voltei renovada e cheia de planos de voltar logo pra lá.




A primeira coisa que fizemos foi andar de barco e conhecer o centro da cidade. Ah, essa cidade faz parte do Slow City (rede internacional da lentidao urbana). Esse movimento adere a lentidao em prol da melhoria da qualidade de vida. Prometo falar desse movimento em um outro post, pois achei a idéia hilária. Überlingen se empenha na questão da sustentabilidade e atrai turistas e visitantes até o Lago de Constança, divulgando a cidade como sendo “boa de se viver, generosa e lenta.”




Mais tarde posto mais fotos e continuo falando da viagem.