Sabe aqueles dias que você acorda muito bem, que tem a sensação de que o seu dia será maravilhoso? Hoje foi assim, apesar da chuva fina que insiste em cair por aqui desde a semana passada e que promete ficar por mais alguns dias e da temperatura que voltou a cair dando a sensação de que o verão, que mal começou, já acabou.
Uma manha perfeita até a hora que a porta da sala de aula se abriu e um senhor perguntou quem era a mãe do Miguel. Respondi meio que sem voz, afinal alguém procurando pela mãe do Miguel na minha escola era sinonimo de coisa ruim. Eu tinha deixado ele mais cedo no Kinderbetreuung e tudo estava em ordem. Mil coisas passaram pela minha cabeça em questão de segundos, enquanto eu ouvia o senhor dizer que tinham ligado da escolinha dele pedindo que eu fosse lá. Juntei as minhas coisas e fui, mas não sei de onde tirei forcas. Senti um desespero tão grande, um medo que me consumia e que aumentava a cada passo que eu dava. Liguei o meu pensamento a Deus, mas mal conseguia fazer uma oração e só repetia "Oh, mein Gott!". Liguei para o Bebeto pois tinha certeza que ele me acalmaria e que diria para não me preocupar, que não seria nada de grave. Pelo contrário, a sua voz apavorada me fez ter certeza que eu chegaria lá e encontraria algo ruim. Foram os 3 minutos mais longos da minha vida.
Quando cheguei lá, a moca já me tranquilizou que não era nada "schlimm"(mal, grave) era apenas uma Durchfall (diarréia) que sujou toda a roupa dele e que o Miguel tinha que ir embora para não "ansteckt "(contaminar) os outros meninos se tivesse com alguma virose. Será que alguma mãe no auge do desespero merece ouvir uma dúzia de palavras esquisitas das quais ela nem faz ideia do que seja, num momento em que ela não conseguiria entender "bulhufas" nem se fossem ditas em sua língua materna? O Miguelzinho só pode voltar para a escolinha com um atestado do médico dizendo que ele não está com Magen-darm grippe, uma virose que se pega só de pensar nela. Eu já sei que ele não tem nada de mais, pois ele já comeu, não teve febre nem dores, não vomitou, está ativo e já desarrumou a casa toda depois que chegou da escola. Moral da história: ele está melhor que eu, que quase fui vitima de um infarto por causa do susto de hoje.
A cada dia que passa percebo o quanto é difícil ser mãe. É como se uma parte da gente tivesse em outro lugar, como se o coração batesse fora do corpo da gente. E aprender a lidar com isso não é para qualquer um. Mesmo num momento onde você perde o chão, você tem que estar firme, de pé. Ter paciência todo o tempo, vencer seus medos, proteger um ser frágil que depende o tempo todo de você, se dedicar integralmente. Muitas vezes a gente esquece de comer, não dorme por que seu filho não dorme bem, ou se ele dorme bem você acorda uma dezena de vezes para conferir se está tudo bem com ele. Tarefa difícil essa, né? O pior é que vem sem nenhum manual, não existem cursos preparatórios e você jamais poderá voltar atrás. Por isso digo, pense muito bem antes de fazer essa escolha na sua vida. Não me arrependo, que isso fique bem claro. Miguel é um pedaço de mim, do qual não abro mão. Ele é a luz dos meus dias, a "cordinha do meu coração", umas das razoes para que aja sempre um sorriso no meu rosto mesmo quando tudo está sombrio. Graças a Deus tudo não passou de um susto. O pior é que sei que muitos ainda virão. Que Deus me ajude sempre nesses momentos, amém!
8 comentários:
Ai que susto!!!
Ao ler fiquei tão preocupada que já pulei pro final do texto...
Amiga sei o que se passa no seu coração, mas o Senhor nós dá sempre força e sabedoria para cuidar bem dos nossos filhos!!!
Felicidades...
Beijos
nosssa numa dessa eu infarto
linda a foto do miguel bjus
Nossa, fui lendo, quase pulando as frases até chegar no ponto que queria saber o que houve com teu filhinho!
Meu Deus, todas nós passamos sustos assim! Lembro-me a primeira vez que fui chamada na escolinha por causa de uma bola que deixei o menino levar e a irmã de caridade que de caridade tinha nada, levou-me para uma salinha somente para dizer que ele não poderia levar mais a tal bola, pois todos brigavam por ela, mas até alí eu estava com os olhos esbugalhados e o coração na boca.
Visualizei direitinho o que vc passou, tadinha!
Realmente o tal ditado "mãe é padecer no paraíso", tem tudo a ver, né mesmo!
Tudo de bom pro seu Miguelzinho e prá você também. Agora, relaxe!
beijos cariocas
Ter filhos é como casamento, na alegria e na tristeza, com a diferenca que filho com certeza é pro resto de nossas vidas, ainda bem. Conforme crescem, nossas preocupações mudam. Mas como disse meu ginecologista, quando tive a Lara: - "Quando vai ser o próximo, pois voce tem que pensar em dar a chance a ela de ter com quem dividir a responsabilidade de cuidar de voces. Ter filhos nao é so pelo prazer de te-los, mas é tambem pensar na companhia e cuidado que teremos quando nós voltarmos a ser crianca na velhice". Este pensamento me pareceu estranho naquele momento, mas é a pura realidade. Estou tentando ter outro, mas acho que a minha idade já não me permite mais. Pena...
Nossa, no começo do post ate meu coraçao deu uns pulos aqui.
Ainda bem que tudo terminou e esta bem!!!
Beijoss pra vcs e um bem grande na bochechinha dele!!!
Ai amiga, que susto!!!
Que bom que está tudo bem!! Beijos.
Ai menina, ate eu fiquei nervosa aqui antecipando o que poderia ter acontecido. Eles poderiam ter te avisado um pouquinho melhor, brincadeira. Ainda bem que nao foi algo grave!
Bjos
Liza, não é fácil ser mãe. E pode acreditar: a melhor fase é essa, viu? Sem querer desanimar você...(mas já desanimando? Rsrsrsr). Essa "cordinha" do seu coração é mesmo isso, não podemos mais viver sem eles! Mas é tão bom o tempo que são pequenininhos e conseguimos resolver todos os seus problemas!
Ah, mas a gente fala, fala, e quer tê-los. Não desanime em ter outros. Sempre vale a pena, desde que possamos estar presentes e ajudá-los no que precisarem. Você que vive longe da família sabe bem o que etou dizendo.
Beijo nele, tão lindo na foto!
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