10 de julho de 2009

Saudade que dói!


Amanha faz 3 anos que minha companheirinha me deixou. Melzinha era tão doce, leal, carinhosa, esperta, verdadeira, além de ser a cadelinha mais linda e inteligente que já vi. Não me esqueço do dia que ela chegou na minha vida, cabia na palma da minha mão e parecia mais uma pelotinha de algodão. Seu narizinho vermelho era um charme. Lá em casa eramos tão apaixonados com ela que sempre havia briga para saber com quem ela iria dormir. Mas, ela preferia dormir comigo. Quando eu ia dormir antes dela e fechava a porta, ela ficava arranhando a porta até que eu abrisse e então ela pulava na cama e já se ajeitava ao meu lado. Quando eu ia trabalhar, ela corria para a janela da sala para se despedir. Adorava comer pimentão, inhame cru e chupava bala feito uma criança. Uma vez deixei o portão aberto por alguns minutos enquanto buscava uma bolsa que tinha esquecido e a Mel fugiu para a rua e acabou entrando na casa de um vizinho que tinha o muro da mesma cor do nosso. Passamos 2 dias pregando cartazes pelo bairro oferecendo dinheiro para quem devolvesse. O vizinho devolveu não só a Mel, mas junto com ela a alegria de todos lá de casa.

Quando decidi vir para a Alemanha, sabia que teria que deixar a Melzinha e previa que ela sentiria muito. Mas, ela morreu dois meses antes. Apareceram uns ratos lá em casa e meu irmão colocou veneno. Nesse dia ela tinha dormido no meu quarto e quando fui para o trabalho deixei ela trancada e expliquei que ela não poderia sair. Meu irmão acordou e recolheu todos os venenos. Ele era muito cuidadoso, olhava todos os cantos da casa e retirava os venenos, não só por causa da Mel, mas também por causa da filha dele. Infelizmente nesse dia o tal ratinho arrastou o veneno para um lugar que só a Mel encontrou. Meus irmãos presenciaram a morte dela e fizeram de tudo, correndo de um lado para o outro em clínicas de animais, mas ela não resistiu. Sofremos demais, choramos dias e mais dias e meu irmão ficou deprimido por que se sentia culpado, apesar de sabermos que não foi culpa de ninguém. Por dias pensei que era apenas um pesadelo, sempre que abria o portão de casa, tinha a impressão de que ela estava latindo, comemorando a minha chegada. Infelizmente o tempo passou e percebi que ela realmente havia me deixado.

Não é fácil perder um animalzinho. Muitas pessoas não entendem esse tipo de amor, mas para mim foi como perder alguém da minha família e sei que por mais cachorrinhos que eu tenha, nenhum jamais vai substituir a minha florzinha. Ela me trouxe muitas alegrias, risos e lembranças que trago guardadas dentro de mim. Ela despertou em mim sentimentos muito bons e me ensinou muito sobre os animais, sobre mim, sobre o amor, a lealdade e a amizade. Ainda sinto muito a sua falta, mas sei que nem todos podem estar conosco para sempre. Na nossa vida perdemos muitas pessoas e coisas especiais ao longo da caminhada. Para essas perdas, por mais que saibamos que elas virão um dia, nunca estaremos preparados. Só nos resta aproveitar cada momento ao lado daqueles que amamos, sejam eles pessoas ou animais e darmos sempre o melhor de nós em todas as nossas relacoes, por que na verdade é isso que realmente vale a pena.

2 comentários:

Lúcia Soares disse...

Oi, Liza. Tá boa? Tô sumida, mas por uma "boa" causa, já já vou voltando.
Quanto à sua Mel, eu sei o que é ter animais, gostar deles e sentir sua morte. Os cães que tivemos foram de quintal, nem entravam dentro de casa, a não ser "convidados", mas é ruim demais quando eles se vão. Por isso optei, depois de mais de 20anos tendo, não os ter mais. Sinto falta,tenho fotos até em porta-retratos, mas não quero mais nenhum.
Perdas são sempre difíceis. Bj

Beth/Lilás disse...

Oi, Liza!
Menina, isso dói demais mesmo!
Tive uns vizinhos em Petrópolis que tiveram o mesmo ocorrido com uma cadelinha que eles amavam muito, foi chocante ver os três meninos daquela casa chorarem por dia seguidos, pois um dos irmãos esqueceu de manhã e deixou a bichinha sair e ela foi direto no lugar onde estava o veneno do rato.
Fiquei agora com mais saudades da minha Emmy que fica na casa de Petrópolis, mas vou vê-la no final de semana e compensar estes dias longe.
Era mesmo muito linda a sua cachorrinha.
beijos cariocas