Nunca quis sair do Brasil, era daquelas que defendia até a morte a ideia de que se era brasileira deveria viver ali para sempre. Viver no exterior não fazia parte de nenhum dos meus planos, muito menos dos meus sonhos. Mas um dia acordei e vi minha vida mudar completamente. Precisei tomar uma difícil decisão: além de deixar minha família e amigos, o que para mim sempre foi a parte mais difícil, tive que encarar a vida num país de cultura, costumes, comida e clima completamente diferentes do Brasil. E tudo isso sem falar uma palavra de alemão ou de inglês. Eu tinha todos os motivos para odiar a minha vida aqui, sem amigos ou família, vivendo 8 meses de um inverno rigoroso, totalmente incomunicável, isso sem levar em consideração as dificuldades financeiras que passei nos primeiros dois anos, uma gravidez não planejada e as dificuldades do primeiro ano de casamento.
Não foi fácil para mim e confesso que em alguns dias ainda não é. Mas, uma das coisas mais válidas que aprendi é que a felicidade depende somente da gente mesmo, é uma escolha que fazemos todos os dias independente do lugar onde vivemos, do clima, da comida ou das pessoas que estão ao nosso redor. Quando escolhemos seguir um caminho, devemos estar cientes que existirão vantagens e desvantagens e que algumas coisas terão que ser sacrificadas em função de outras. E as escolhas que fazemos ao longo da nossa vida, são exclusivamente de nossa responsabilidade, então não vale a pena viver culpando os outros e nem descontando neles as nossas frustracoes. Muito menos culpar o novo país pelas coisas que deixamos para trás.
Viver fora não é fácil e acredito que dividir experiências com outras pessoas que passam pelo mesmo que a gente facilita muito, mas não acho que aja uma cartilha com conselhos certos, afinal cada um é cada um, e só a gente sabe o que vai dentro da gente. Dizer que não dói muito ter que recomeçar uma vida nova longe da nossa "casa" seria mentira, mas posso garantir por experiência própria, que é possível encontrar uma nova vida de muitas conquistas, realizacoes e felicidade. E a coisa mais importante para sobreviver a esse despatriamento é se abrir a novas experiências, vencer o medo que nos persegue quando estamos prestes a vivenciar algo novo, e se permitir experimentar o "novo" livre de preconceitos. Existirão coisas melhores, outras piores, você terá que lidar com situacoes nunca vivenciadas, você terá que começar muitas coisas do zero, terá que aprender a lidar com sentimentos novos e dolorosos.
Mas se esse foi o caminho que você escolheu, não desista diante das dificuldades. Enfrente seus medos, vença os obstáculos com aquela forca e determinação que nós brasileiros conhecemos bem, não fique em "pause" esperando para viver quando voltar para o Brasil. Não se isole, se misture com os nativos (mesmo que inicialmente eles te pareçam frios), faca novos amigos, aprenda a língua (por mais difícil que seja), procure o seu lugar (um trabalho, um curso ou até mesmo dentro de casa), curta o diferente (se delicie com as cores do outono, escorregue nos montes de neve, aproveite para usar aquele casaco que você sempre desejou ter e nunca poderia usar no Brasil), abuse da modernidade para estar pertinho daqueles que você ama e amenize um pouco a saudade (skype, voip, msn). E divida suas experiências com outras pessoas que estão por ai vivendo as mesmas dificuldades que você. Fazendo isso, além de ajudar, voce trará uma alegria enorme para a sua vida.
Esse texto foi escrito especialmente para a Blogagem Coletiva: Sobrevivendo ao despatriamento e sendo feliz, proposta pela Ciça.
Não foi fácil para mim e confesso que em alguns dias ainda não é. Mas, uma das coisas mais válidas que aprendi é que a felicidade depende somente da gente mesmo, é uma escolha que fazemos todos os dias independente do lugar onde vivemos, do clima, da comida ou das pessoas que estão ao nosso redor. Quando escolhemos seguir um caminho, devemos estar cientes que existirão vantagens e desvantagens e que algumas coisas terão que ser sacrificadas em função de outras. E as escolhas que fazemos ao longo da nossa vida, são exclusivamente de nossa responsabilidade, então não vale a pena viver culpando os outros e nem descontando neles as nossas frustracoes. Muito menos culpar o novo país pelas coisas que deixamos para trás.
Viver fora não é fácil e acredito que dividir experiências com outras pessoas que passam pelo mesmo que a gente facilita muito, mas não acho que aja uma cartilha com conselhos certos, afinal cada um é cada um, e só a gente sabe o que vai dentro da gente. Dizer que não dói muito ter que recomeçar uma vida nova longe da nossa "casa" seria mentira, mas posso garantir por experiência própria, que é possível encontrar uma nova vida de muitas conquistas, realizacoes e felicidade. E a coisa mais importante para sobreviver a esse despatriamento é se abrir a novas experiências, vencer o medo que nos persegue quando estamos prestes a vivenciar algo novo, e se permitir experimentar o "novo" livre de preconceitos. Existirão coisas melhores, outras piores, você terá que lidar com situacoes nunca vivenciadas, você terá que começar muitas coisas do zero, terá que aprender a lidar com sentimentos novos e dolorosos.
Mas se esse foi o caminho que você escolheu, não desista diante das dificuldades. Enfrente seus medos, vença os obstáculos com aquela forca e determinação que nós brasileiros conhecemos bem, não fique em "pause" esperando para viver quando voltar para o Brasil. Não se isole, se misture com os nativos (mesmo que inicialmente eles te pareçam frios), faca novos amigos, aprenda a língua (por mais difícil que seja), procure o seu lugar (um trabalho, um curso ou até mesmo dentro de casa), curta o diferente (se delicie com as cores do outono, escorregue nos montes de neve, aproveite para usar aquele casaco que você sempre desejou ter e nunca poderia usar no Brasil), abuse da modernidade para estar pertinho daqueles que você ama e amenize um pouco a saudade (skype, voip, msn). E divida suas experiências com outras pessoas que estão por ai vivendo as mesmas dificuldades que você. Fazendo isso, além de ajudar, voce trará uma alegria enorme para a sua vida.
Esse texto foi escrito especialmente para a Blogagem Coletiva: Sobrevivendo ao despatriamento e sendo feliz, proposta pela Ciça.
11 comentários:
Poxa Liza que lindo. Obrigada por participar e mostrar mais um pouquinho de vc pra gente!
Um super beijo
Oi Liz
adorei o seu texto quando vc fala que a felicidade depende só de você, que você não deve deixar pra viver quando voltar ao Brasil... realmente é por ai... com atitudes como a sua uma experiência destas só pode trazer crescimento pessoal e sucesso. Parabéns!
Muito bom seu post Liza. Bj
Liza, lindo o texto! Vale a pena quando se está disposta a viver aquela experiência...
Bela participação!
Também estou participando dessa, mesmo que more no Brasil, mas sou uma 'desnaturalizada'... rsrsrsrs
Bjs, querida!
Liza, muito lindo seu texto, adorei. Coloquei um trecho no meu blog e linkei para cá, espero que muita gente venha visitar, aprecie seu texto e aprenda um pouco com sua experiência.
Beijo
Arrasou!
adorei o post e concordo totalmente com você a felicidade depende de cada um!
bom começo de semana pra vocês!
beijos
Oi Liza,
já acompanho o seu blog há um tempo e a blogagem coletiva me incentivou a entrar em contato.
Gosto da forma como vc escreve e encara as dificuldades do dia a dia.
A gente, realmente, precisa ser feliz onde e com quem escolhemos estar. =D
Tb participei da entrevista no blog da Mineirinha: http://mineirinhanalemanha.wordpress.com/2009/08/06/com-voces-paulo-e-evelyne/
Bjs!
Liza, certíssima com suas palavras quando diz que a felicidade depende de você. É isso ai.
Um abraco
Oi Evelyne!
Sabe que já tinha lido a sua entrevista lá na mineirinha? Que bom que voce criou coragem e deixou o recado aqui. Tenho conhecido muitas pessoas especiais através do blog, e cada uma que chega aqui eh mais um presente para esse cantinho que escrevo com muito carinho.
Beijos e volte sempre!
Voce disse tudo: a felicidade vem de dentro, depende so de voce, da sua maneira de pensar, da sua alegria de viver.
Quando meu pai foi transferido pra ca eu tb nao queria sair do Brasil de jeito nenhum. Afinal tinha minha vidinha la, um namorado de 2 anos, meus amigos...
E no comeco foi muiiito dificil mesmo. So quando me abri pra experiencia nova, comecei a viver, fazer amigos e abracar as oportunidades.
Hoje esse lugar aqui eh meu lar, eh onde me sinto em casa e foi somente devido a minha atitude que se tornou assim. Eh so abrimos a cabeca e o coracao para as coisas novas que tudo fica cor de rosa. bjos
Oi Liza, achei excelente o teu post e destaco "as, uma das coisas mais válidas que aprendi é que a felicidade depende somente da gente mesmo, é uma escolha que fazemos todos os dias independente do lugar onde vivemos, do clima, da comida ou das pessoas que estão ao nosso redor"e "não fique em "pause" esperando para viver quando voltar para o Brasil". Este é um dos grandes erros da maioria do povo que fica reclamando o tempo todo. Bjus
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